O Tesouro
Trabalho apresentado pelo aluno Rúben Rodrigues, do 8.º Ano, turma D.
O Tesouro
in "Contos", de Eça de Queirós

O conto concentra-se na vida dos três irmãos de Medranhos, Rui, Guanes e Rostabal, que habitam o Reino das Astúrias. Passam os dias no Paço de Medranhos, junto à lareira, que há muito que não se acende. Devoram à noite, pedaços de pão esfregado em alho, indo depois deitar-se no estábulo para aproveitar o calor das suas três éguas.

Certo dia, enquanto passeiam na mata de Roquelanes, encontram, numa cova de rocha, um velho cofre de ferro. Este tem três chaves e as suas respetivas três fechaduras. Os três irmãos ficam deslumbrados porque pensam que lhes foi dada a oportunidade de retornarem às suas vidas de luxo e bem-estar. Rui decide que o tesouro será distribuído igualmente entre eles. Assim, decidem que Guanes se dirigirá à vila mais próxima (Retortilho) e trará comida e alforges para carregar o tesouro.
Enquanto isso Rui tenta manipular o seu irmão Rostabal a matar Guanes , porque este faz troça dele e irá gastar o dinheiro mal, e assim terão que dividir o tesouro só por dois. Guanes é morto e à primeira oportunidade Rui mata Rostabal, ficando assim o Tesouro só para ele. Enquanto Rui saboreia esta vitória sobre os seus irmãos e imagina como será ser o novo Senhor de Medranhos, verifica que o seu irmão só trouxe duas garrafas de vinho para três irmãos, mas levado pela sofreguidão, não dá ao facto grande atenção. Começa a beber o vinho e a comer que o irmão trouxe. Enquanto carrega o ouro do tesouro para os alforges, começa a sentir um mal-estar, como se uma chama se acendesse dentro dele e, quanto mais ele a tenta apagar, mais a sente. Rui tenta pedir ajuda aos seus irmãos mortos, e tenta sugar a frescura da água mas esta revela-se como metal derretido, queimando-o. Assim todos os irmãos morrem e o tesouro continua na mata de Roquelanes.
Este conto é fortemente simbólico...
Há a repetição do número 3
Número simbólico que representa a família, a perfeição ...
Número 3...
- Três
irmãos;
- Três chaves;
- Três alforges;
- Três maquias de cevada,
- Três empadões de carne,
mas
Apenas 2 garrafas de vinho...
Desde logo, vamos percebendo alguns sinais (indícios) de que o final será trágico (referências à "cruz", ao "vestido de negro"...
O conto centra-se em duas questões:
Laços
familiares em oposição com a ambição desmedida.
Com este conto, Eça de Queirós leva-nos a refletir sobre os valores da família e a ambição. De que forma podemos conviver com as duas coisas?
Os três irmãos, talvez por crescerem como lobos, afastados da comunidade, deixaram-se cegar pela ganância e acabaram por se matar uns aos outros.
Terá valido a pena? A conclusão é que não. Se tivessem dividido harmoniosamente o tesouro, podiam viver felizes os três, terem uma casa luxuosa e uma vida melhor como já não tinham há muitos anos.